A Bienal de Arquitetura em Veneza de 2018 apresenta o manifesto FREESPACE (publicado em 2017) como ponto de partida e alinhavo dos mais de 70 expositores no evento. Com curadoria de Yvonne Fahrrell e Shelley McNamara, a qualidade do espaço, do espaço livre e gratuito, entram em questão através de olhares múltiplos, diversos, singulares. A mostra vai até o dia 25 de novembro.
FREESPACE foi concebido pensando muito nos profissionais da arquitetura, da importante contribuição que podem dar à humanidade. "Para nós, a arquitetura é a tradução da necessidade - no significado mais amplo da palavra - em espaço significativo. Na tentativa de traduzir FREESPACE em cada uma das tantas línguas maravilhosas do mundo, esperamos que possa discutir o 'presente' que a arquitetura tem a capacidade de dar em cada projeto", declararam as curadoras.
O Brasil na Bienal de Arquitetura em Veneza 2018
A curadoria do Pavilhão Brasil no evento ficou por conta dos arquitetos Gabriel Kozlowski, Laura González Fierro, Marcelo Maia Rosa e Sol Camacho. "Muros no ar" tem como objetivo fazer presente a questão da transposição de fronteiras, sejam elas materiais ou imateriais, do Brasil e da sua arquitetura.
Foram 300 obras inscritas, mas apenas 17 foram selecionadas. Cada uma delas representa um muro que, segundo o olhar dos curadores, precisa ser deslocado ou transposto.
Urban Forest
Imagem via Revista USE
Um dos projetos em destaque é o Urban Forest, que está em desenvolvimento no bairro Vila Madalena em São Paulo. Projeto do escritório franco-brasileiro Triptyque Architecture, a obra está prevista para 2010 e trata-se de um edifício que abriga um co-working, um co-living, lojas e restaurantes.
Moradas Infantis
Imagem via Casa Cor
Moradas Infantis, de Rosenbaum e Aleph Zero Arquitetura, é um premiado projeto responsável por reformar a escola Fazenda Canuanã, em Formoso do Araguaia (TO). Além do espaço educacional o edifício é também alojamento para alunos que moram longe da escola. A premiação Building of the Year elegeu o projeto como o Melhor Edifício de Arquitetura Educacional do Mundo.
NSDC
Outro destaque brasileiro bacana é o redesenho para grades das cidades proposto pelo Atelier Marko Brajovic. NSDC (Na Selva Das Cidades) é uma homenagem à arquitetura cênica de Lina Bo Bardi, referindo-se à peça homônima de Bertold Brecht com montagem pelo Teatro Oficina nos anos 60.
SESC Parque Dom Pedro II
Imagem via Casa Cor
O projeto para o SESC Parque Dom Pedro II, da Una Arquitetos, também está na mostra e ainda a ser construída. A proposta é parte de um plano de revitalização do parque Dom Pedro II, que visa complementar a paisagem do centro da capital paulista.
Praça Infantil Iguatemi
Imagem via Casa Cor
O Studio MK27 apresenta o projeto Praça Infantil Iguatemi, que será construído numa área residencial em São Paulo. Com um vão central e portais de madeira, permite que as crianças explorem o espaço de maneira lúdica, como deve ser.
Pavilhão dos Emirados Árabes Unidos, pela primeira vez no evento, em 2018.
"A nossa esperança é que a palavra FREESPACE nos permita de sondar as aspirações, ambições e a generosidade da arquitetura", completam Fahrrell e McNamara. A exemplo dos representantes brasileiros na mostra, o objetivo parece estar sendo alcançado, o que acha?
História
A arquitetura aparece pela primeira vez na Bienal de Veneza (que reúne outros segmentos, como o cinema, a dança e o design) em 1975, parte da ampliação do setor de Artes Visuais, durante a presidência de Carlo Ripa di Meana e direção de Vittorio Gregotti. A autonomia do setor de Arquitetura foi instituída de fato entre 79 e 82, tendo a primeira Mostra Internacional de Arquitetura da Bienal sido realizada em 1980.
Nomes importantes como Francesco Dal Co, Richard Burdett, David Chipperfield, Rem Kollhas e Alejandro Aravena já exibiram seus trabalhos na mostra, fazendo com que rapidamente ela se tornasse uma das exposições mais prestigiadas e importantes do mundo.
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